Nas redes sociais, torcedoras de times rivais pediam pela linha completa feminina aos diversos fornecedores de materiais esportivos.
Durante esta semana torcedoras de Cruzeiro, Fluminense, Botafogo, Vasco, Grêmio, Internacional, Palmeiras, São Paulo, Sport, Goiás e Atlético-MG criaram uma campanha nas redes sociais, o #mantodasmina. Por meio de um vídeo no Twitter, que já tem mais 90 mil visualizações, elas exigiram dos fornecedores de materiais esportivos de seus clubes a linha feminina completa.
De início, a campanha foi idealizada por duas cruzeirenses, mas logo as torcedoras de outros times se juntaram, deixando a rivalidade de lado por uma ação muito mais importante. Todas assim reclamam do mesmo problema entre as diversas fornecedoras, a quantidade de produtos produzidos para o público feminino comparada com as do masculino.
No ano de 2017, torcedoras são-paulinas criaram uma campanha chamada de ‘São-Paulinas Uniformizadas’’ que tinham o mesmo objetivo, a dificuldade em encontrar materiais do São Paulo nos tamanhos femininos e que por muitas vezes nem tinham nas lojas oficiais. As torcedoras até chegaram a relatar que estavam cansadas de ouvir para usarem a linha infantil.
Segundo pesquisa da Netshoes, empresa de comércio eletrônico brasileiro que vende artigos esportivos, no ano de 2018 a venda da linha feminina teve uma crescente de 52%. Além disso, segundo outros dados que foram levantados pelas torcedoras no vídeo do @mantodasminas, a camisa feminina da seleção foi a mais comercializada em 2019, ano em que ocorreu a Copa do Mundo feminina e que teve mais de um bilhão de pessoas acompanhando.
Dados como estes só reforçam o que já sabemos há muito tempo, o público feminino consome futebol. Mas sabemos que não é de hoje que as mulheres necessitam ‘’gritar’’ para serem ouvidas com algo relacionado ao esporte. Já fomos proibidas de praticar a modalidade durante 40 anos e até mesmo já teve que exigir que os clubes criassem times e base feminina, caso contrário ficariam foram de competições como Libertadores, Brasileirão e Sul-Americana.
As fornecedoras de materiais até chegam a fazer produtos para o público feminino e podemos ver campanhas no dia Internacional das Mulheres, por exemplo, mas ainda é muito pouco. Se parar para olhar pelo menos em cinco lojas oficiais do times e você comparar com o masculino, vai encontrar um número muito reduzido.
Os que forem encontrados, como as camisas de jogo, por exemplo, são normalmente feitas no modelo baby look e os tamanhos não vão comportar a todas que necessitam, por exemplo, de um tamanho GG. Logo, as meninas teriam que optar pelas masculinas que tendem a ficar grandes, assim como as linhas de treino, blusas de frio, camisas de goleiro etc.
Vale ressaltar que, não adianta os time e fornecedores fazerem campanhas no dia Internacional da Mulher abordando sobre o direito das mulheres e equidade, se na prática ao lançar seus matérias esse público, que consome da mesma forma, é esquecido.
Assista ao vídeo da campanha:
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